quarta-feira, 29 de julho de 2009

Lágrimas de quem?

Essa semana me deparei com uma enigma deveras edipiano. Tudo bem que possuimos a capacidade de se emocionar com as mais diversas situações do cotidiano; rir com o besterol das conversas entre amigos ou lágrimas derramar durante um filme. Mas e quanto a nós? Já choraste por ti? Sei lá, por um instante me ocorreu ser eu um espectador da vida; um turista de passagem na dor ou felicidade alheia. A vida continua... foi aí que ao assistir a um filme determinado "The fountain", consegui entender que no momento em que passamos a compreender a alma de alguém, recebemos de presente o tempo, os sentimentos e toda a gama de mistérios contida num olhar. Depois disso não haverá barreiras ou divisas, pois um espírito já se estende no outro e tu não estarás mais só; tua dor, felicidade e anseio agora também são meus e, juntos, tudo podemos suportar filho do universo, irmão das estrelas, meu irmão.

2 comentários:

  1. Admiro a capacidade humana de, além de se colocar no lugar do outro, poder sentir também no outro, mas acredito que existe a possibilidade de se vivenciar experiências a partir de si próprio. Talvez falemos a língua, e seja apenas uma diferença de "foco".

    ps: não entendi que imagem foi aquela que surgiu no vídeo enquanto a música (profunda, por sinal) tocava

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