domingo, 30 de agosto de 2009

Indelével



Poucas coisas na vida não se resumem a motivos. Amar é involuntário, mas traz consigo muitas outras vontades: querer de sorrir um canto, ou até mesmo chorar um beijo; quiçá um banho de chuva. Fica condenado a cem chicotadas aquele que não atender ao amor e seus desejos; pena menor e menos dolorosa do que a existência tangente num Sol sem dentes. Há muito a se entender; mas, muito mais a se sentir.

* Texto escrito há 3 anos. Na verdade, o autor queria dizer algo para si mesmo.

sábado, 1 de agosto de 2009

Banho é bom


Os Mumuilas são membros de uma tribo do sul de Angola, caracterizados por possuirem mulheres lindíssimas. Quando os portugueses chegaram naquela terra, empunhavam muitas armas e pouco caráter; tamanha foi a covardia, que muitas mulheres foram violadas. Com o intuito de afastar os estrangeiros, as habitantes passaram a utilizar fezes de animais nos cabelos. Atualmente esse hábito tornou-se cultural, fazendo parte do cotidiano, mesmo após a independência daquele país. Mas e quanto a nós? Acredito que já conhecemos essa situação, pois diversas vezes pusemos armaduras, muralhas e extensas valas para nos separar de nossos medos e feridas. A dificuldade do perdão impera e a ousadia é uma palavra entre as outras no dicionário. Até quando vamos entulhar coisas imprestáveis ao nosso redor, ou pior, na própria alma? Segundo Saramago, os olhos fechados refletem o interior; é lá que está tudo que precisamos, mas para isso teremos de aprender a enxergar. Coisas que pareciam esquecidas como coragem, bondade, compaixão e amor estão sedentas por despertar; permita-se. Deixe cair as armaduras, utilize o tato como guia e o peito em conselheiro. É hora do banho, vamos lavar a alma.